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FERNANDA VALADERES

 

O Sétimo Continente, um desenho de grafite 0.5 e 0.7 sobre papel de arroz de 60cm por 5m. Trata-se de um diário de viagem, um desenho no espaço e no tempo. São 10 dias de viagem contados em horas, e a medida em que esse tempo vai passando ao longo dessa viagem, vou capturando montanhas. É uma viagem ao longo de uma grande cordilheira, em que fui fazendo registros fotográficos e breves esboços, e depois essas imagens foram reorganizadas e desenhadas como se fosse uma grande paisagem, propondo uma continuidade. No rodapé há anotações da passagem do tempo, o instante da captura, da altitude e da latitude. A altitude e latitude me interessam como uma mudança no eixo horizontal e vertical. É uma subversão das coordenadas geográficas. No desenho eu tento seguir o registro das montanhas com uma certa fidelidade, mas fica explícito o aspecto subjetivo da minha percepção, da percepção da mão no papel, do tipo do traço, mais tenso, mais relaxado, mais escuro, mais claro. Eu fiz questão de preservar no desenho o corte do enquadramento dos registros fotográficos e a emenda no registro seguinte. É um desenho bastante orgânico, mas que em seguidos momentos tem uma linha reta, vertical, que é a fratura da continuidade de um momento, uma captura, para o momento seguinte. Isso causa um certo estranhamento, que faz lembrar que não é um lugar aqui, do real, mas é um continente a mais, um outro espaço. Este espaço é contido pelo tempo, a passagem do tempo cria esta paisagem, com suas rupturas, estranhezas visuais. A montagem desse trabalho também traz a questão espacial… o desenho é pregado na parede com ímãs, mas montado com pregas, e os cinco metros se transformam em dois. Os ímãs desaparecem atrás das pregas, assim como parte do próprio desenho. É necessário que se adivinhe um pouco o que está por trás, pois só se vê parte do que foi desenhado; o que será daquilo que não se vê? Isso é outra característica de espaço e tempo… quanto mais povoado é o espaço, menos se enxerga. Aqui também há essa porção que não se vê, mas por conta da própria dobra do plano da folha desenhada, a dobra do espaço.

 

 

Fernanda Valadares nasceu em São Paulo/ SP, e vive e trabalha entre Porto Alegre/ RS e Araçoiaba da Serra/ SP. Tem bacharelado e licenciatura pela Faculdade Santa Marcelina em São Paulo, e é mestre em poéticas visuais pelo Instituto de Artes/UFRGS.

 

EXPOSIÇÕES COLETIVAS

De Longe e de Perto na Galeria Mamute em Porto Alegre com Curadoria Angélica de Moraes, 2014;           The War of Art: visions from behind the mind na The Safari Gallery em Nova Iorque, Curadoria Wyatt Neumann, 2014; Poéticas em Devir na Galeria Mamute com  curadoria de Sandra Rey em 2013; Um Novo Horizonte e Gatomiacachorrolateegomata, ambas na Galeria Tina Zappoli, Porto Alegre, em 2013 e 2012, respectivamente; Contemporâneos Novos/ Diante da Matéria, em comemoração aos 20 anos MAC/RS com curadoria de Paula Ramos.

 

EXPOSIÇÕES INDIVIDUAIS

Chiasma na Galeria Sancovsky em São Paulo, curadoria de Douglas de Freitas e Depois: na Galeria Mamute com curadoria de Gabriela Motta, em 2015. À Beira do Vazio, Museu de Arte de Santa Catarina, Curadoria Paula Ramos; O Sétimo Continente através do Projeto Zip’Up na Galeria Zipper São Paulo, Curadoria Bruna Fetter e Na Adega Evaporada no MAC/RS, Curadoria Paula Ramos em 2013. Museu de Arte Extemporânea no Goethe Institut Porto Alegre em 2012.

 

SELEÇÃO EM SALÕES/ PREMIAÇÕES

65º Salão Paranaense/ MAC Curitiba e 42º Salão de Arte Contemporânea Luiz Sacilotto/ Santo André em 2014; XIII Concurso de Artes Plásticas Goethe Institut Porto Alegre em 2012 e I Concurso Itamaraty de Arte Contemporânea em 2011.

 

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